A forma como as pessoas buscam na internet mudou, a forma como o Google também.
Com os avanços da inteligência artificial generativa, o principal mecanismo de busca do mundo vem se transformando em um sistema de respostas rápidas, personalizadas e preditivas. Isso tem impactado diretamente o comportamento de consumo de informação. E, como consequência, obriga profissionais de marketing, por exemplo, a repensar estratégias de ranqueamento.
Essa transformação tem nome: Search Generative Experience (SGE). Popularmente conhecida como buscador inteligente do Google, a SGE vem sendo testada plenamente em países como os Estados Unidos e já dá sinais de fortes alterações na experiência de busca também no Brasil e América Latina.
Neste artigo, você vai entender o que está mudando, como isso afeta a lógica do SEO e das campanhas de mídia e, principalmente, como se preparar agora para não perder espaço depois.
O que é a Search Generative Experience (SGE)
A Search Generative Experience é esse novo formato de exibição de resultados no Google, baseado em inteligência artificial generativa. Ela utiliza modelos de linguagem avançados – semelhantes ao ChatGPT ou o próprio Gemini – para criar um overview inteligente do tema buscado, com respostas direcionadas e contextualizadas.
Na prática, seria como se a primeira resposta da busca se transformasse em um resumo editorial criado pela IA do Google, apresentando dados, opiniões, fontes e links relevantes relacionados. Isso tudo aparece antes dos resultados orgânicos tradicionais. Você já deve ter percebido isso!
O resultado? Uma experiência de busca mais fluida, aparentemente, focada em síntese, contexto e praticidade. E um novo cenário de disputa por atenção.
Como o buscador inteligente do Google funciona na prática
Com a SGE, ao digitar uma pergunta ou tema, o usuário recebe uma resposta prévia no topo da página – gerada por IA. Essa resposta tem algumas características.
- Resumo textual do tema buscado.
- Links de referência (com variações por intenção de busca).
- Produtos sugeridos (no caso de buscas comerciais, por exemplo).
- Blocos visuais como mapas, imagens e vídeos, se for o caso.
- Botões com “aprenda mais com…” ou “respostas relacionadas”, também.
Essa prévia aparece antes mesmo da primeira posição de SEO tradicional, como já mencionado.
Ou seja, a IA passa a ser a porta de entrada para qualquer conteúdo acessado pelo usuário.
Isso tem mudado o jogo. A lógica da busca se desloca da anterior escaneabilidade de palavras-chave para um sistema baseado em autoridade, contexto e confiabilidade.
Agora, como esse cenário impacta o Marketing?
O jogo mudou para o Marketing e o SEO
Antes, estar na primeira posição da SERP, principalmente do Google, era o objetivo máximo de qualquer estratégia de SEO. Agora, esse lugar de destaque pode nem ser clicado se a resposta da IA for suficiente. É aí que pode morar a insegurança de profissionais da Comunicação e do Marketing.
Qual o impacto direto disso?
- Menor taxa de cliques em resultados orgânicos tradicionais.
- Maior importância de ter conteúdo citado pela IA como referência.
- Necessidade de conteúdos mais completos, com profundidade e ampla relevância.
- Declínio de técnicas artificiais de otimização (como clickbaits ou conteúdo raso).
Na prática, a disputa muda do ranking clássico para a seleção da IA como fonte confiável. Isso redefine, de fato, o papel da autoridade de domínio, da estrutura dos conteúdos e da própria reputação digital de quem publica.
Campanhas de mídia e a era da busca generativa
As mudanças não impactam apenas o tráfego orgânico. As campanhas de mídia também devem acompanhar essa nova fase.
A própria Google está integrando a IA em produtos como o AI Max, nova modalidade que se soma ao Performance Max e Demand Gen. A lógica por trás dessas campanhas será cada vez mais influenciada por contextos e intenções – menos por palavras-chave exatas.
A jornada de busca se tornou menos linear e cada vez mais exploratória. Isso implica diretamente na:
- Abertura para palavras-chave long tail com intenção específica.
- Novos modelos de atribuição e jornada.
- Relevância de campanhas educacionais e baseadas em conteúdo útil.
A boa notícia? Marcas que trabalham bem a própria autoridade, relevância e presença multicanal tendem a se destacar nessa nova dinâmica.
Como adaptar sua estratégia à nova busca do Google
Se a SGE redefine o marketing digital, o melhor caminho seria começar a agir agora. Por isso, algumas estratégias práticas podem ajudar a sua marca a se adaptar.
1. Priorize profundidade
A IA valoriza conteúdo útil. Explore temas com profundidade, ofereça visão crítica, dados e conexões relevantes. Fuja do conteúdo superficial que apenas repete o que já existe.
2. Otimize para a semântica, não apenas para palavras-chave
Utilize linguagem natural, responda perguntas frequentes que a sua audiência faz, explore variações de intenção de busca. O contexto vale mais do que a repetição de termos.
3. Crie conteúdos que sejam fonte de citação
Pense como uma referência mesmo. Trazendo insights originais, estudos de caso e visão especializada. Ser citado pela IA é o novo equivalente a aparecer em primeiro lugar. Essa é a realidade.
4. Estruture bem seu site e use marcação inteligente
Velocidade, acessibilidade, estrutura clara, dados estruturados e usabilidade são critérios levados em conta pela IA na hora de definir quem vai ter esse destaque.
5. Invista em autoridade de marca e de pessoas
Porta-vozes ativos, especialistas com presença digital e figuras com reputação alta no LinkedIn ou em artigos de prestígio são diferenciais competitivos. A confiança se distribui por afinidade, de fato.
E onde entra o Marketing nessa história?
Primeiramente, o marketing não está ameaçado. Ele está sendo redesenhado, acredite nisso. A IA não substitui estratégia, mas redefine o jogo da visibilidade. Hoje, você não compete apenas por espaço na SERP. Você compete por relevância no raciocínio da IA, como um reflexo do que o consumidor tem interesse hoje.
Sua marca precisa ser percebida como útil, confiável e estratégica. Então:
- Vale trabalhar a estratégia de branding com consistência e clareza.
- Manter conteúdos espalhados, consistentes e coerentes em diferentes plataformas.
- Apostar em conexões humanas: influenciadores, especialistas, manutenção de comunidades.
- Criar conteúdos que gerem valor real, e não apenas tráfego.
Assim, o buscador inteligente do Google é alimentado pela reputação digital da marca em si. O que você coloca no mundo define se a IA vai selecionar o seu conteúdo ou não.
Prepare-se para o novo ciclo da visibilidade
A SGE representa uma mudança estrutural, ampla. Ela transforma a lógica da busca, da performance e da descoberta digital. Para profissionais de marketing, isso significa menos foco em hacks técnicos e mais energia em construir autoridade, coerência e profundidade.
A IA muda o acesso à informação. E, por consequência, o caminho até o seu consumidor.
Marcas que entendem isso agora vão sair na frente.
E por aí, a sua estratégia está pronta para ser escolhida pela IA?